Drogas e suicídio: números que aumentam

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Kurt Donald Cobain nasceu em 20 de fevereiro de 1967 em Hoquiam, noroeste dos EUA. Mas residiu em Aberdeen. Quando Kurt Cobain nasceu, seu pai, Donald, trabalhava num posto de gasolina e sua mãe, Wendy, era dona de casa. Na infância, Cobain era muito enérgico e chegou a tomar Ritalina, remédio para transtorno de déficit de atenção com hiperatividade.

Um fato determinante na infância do cantor foi a separação dos pais, porque marcou o início de seu comportamento rebelde. Kurt queria uma família como a maioria e sentia-se constrangido por ter pais que não viviam juntos. Naquela época o divórcio era incomum. Em virtude de sua indisciplina, o músico mudou-se da casa da mãe e foi morar com o pai.

O convívio entre pai e filho era bom até Donald casar-se novamente, o que havia prometido a Kurt que não faria. O vocalista não se dava muito bem com a madrasta e os filhos dela. Por causa do relacionamento ruim com os novos membros da família, o cantor deixou a residência do pai e passou a viver com parentes e amigos. Embora ainda mantivesse contado com os pais, às vezes, Kurt Cobain passava a noite na sala de espera de um hospital.

Na adolescência, em consequência dessa vida instável, o músico começou a usar droga e a ir mal na escola, onde era antissocial e considerado esquisito. Kurt manifestava tendência suicida desde a juventude. Por debocharem dele na escola, certa vez ficou bêbado e tentou se matar nos trilhos do trem.

Nesse período, Cobain conheceu Krist Novoselic e, influenciado pelo grupo de rock da região The Melvins, fundou sua banda. Assim surgiu o Nirvana, composto por Kurt Cobain nos vocais e guitarra e Krist no baixo. Em 1989, os artistas lançaram seu primeiro disco, “Bleach”, que teve certo êxito na cena alternativa.

Em 1992, Kurt Cobain casou-se com Courtney Love, que era vocalista da banda Hole, e teve sua filha, Frances.

Em marҫo de 1994 (em Roma), o cantor, que sofria oscilações de humor, tentou – novamente sem sucesso – tirar a própria vida através da ingestão de comprimidos. No dia 18 do mesmo mês, a polícia de Seattle recebeu uma ligação de Love dizendo que o marido havia se trancado no quarto com uma arma na tentativa de se matar. O episódio se resolveu no mesmo dia. Depois deste acontecimento, parentes e amigos de Cobain, preocupados com seu vício em heroína, o convenceram a ir para um centro de reabilitação em Los Angeles. Depois de ficar poucos dias no lugar, o cantor fugiu.

Kurt Cobain se matou em 5 de abril de 1994, aos 27 anos, quando estava sozinho em sua casa, em Seattle. Após consumir uma grande dose de heroína, ele disparou um tiro de espingarda calibre 20 na cabeça. Seu corpo foi encontrado na estufa da mansão apenas três dias depois, por um eletricista que ia instalar um sistema de segurança na casa.

Segundo o laudo oficial das autoridades, se não fosse o tiro, Kurt teria morrido de overdose de heroína.

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS) e a Associação Internacional para a Prevenção do Suicídio (AIPS), cerca de três mil pessoas cometem suicídio no mundo diariamente, o que significa que a cada três segundos uma pessoa se mata. As duas entidades divulgaram pesquisas apontando que o fator que mais predispõe ao suicídio é a depressão. Mas que muitos outros aumentam a propensão, como transtornos bipolares, abuso de drogas e álcool, esquizofrenia, antecedentes familiares, contextos socioeconômicos e educacionais pobres ou uma saúde física frágil.

Impressionados com o aumento de suicídios em jovens, pesquisadores da Universidade da Califórnia chegaram à conclusão que mais da metade dos suicídios eram resultantes do aumento de consumo de drogas ilícitas e álcool.

Da mesma forma, pesquisadores da Unidade de Pesquisa em Álcool e Drogas (Uniad) da Unifesp, analisaram tentativas de suicídio atendidas em um pronto-socorro de Embu das Artes, interior de São Paulo, e sua relação com o consumo agudo, abuso ou dependência de substâncias psicoativas. Os resultados mostraram que além do consumo de álcool antes da tentativa, maconha e cocaína também estiveram presentes em 7,5% dos casos analisados.

 

Fontes: OMS, Uniad, Blasting News e G1