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A política sobre drogas vive um momento único nos Estados Unidos com a descriminalização do uso da maconha em diversos estados e uma mudança no discurso de alguns em relação às práticas repressivas ao mesmo tempo em que o país vive uma epidemia do uso de heroína que já provocou a morte de 28.647 pessoas – um aumento de quatro vezes em overdoses com opioides desde 2000.
Deixando clara sua posição sobre o tema, o presidente estadunidense Barack Obama afirmou que, por muito tempo, “nós vimos a dependência em drogas pelas lentes da Justiça criminal”, completando que “a coisa mais importante a se fazer é reduzir a demanda. E a única forma de fazermos isso é fornecendo tratamento, enxergar como um problema de saúde pública, não apenas criminal”.
O presidente também anunciou o investimento de US$ 116 milhões da administração em programas de tratamento para dependentes.
O plano da administração Obama inclui proposta para o Departamento de Saúde e Serviços Humanos permitir que médicos qualificados aumentem o número de pacientes para quem eles podem prescrever a buprenorfina — derivado da morfina usado no tratamento de dependentes — dos atuais cem para 200.
Também foram liberados US$ 94 milhões para que o departamento implemente em 271 centros comunitários de saúde estruturas para o tratamento de desordens com opioides. De acordo com a Casa Branca, esses investimentos vão resultar no tratamento de 124 mil novos pacientes. Também serão distribuídos US$ 11 milhões em naloxona, droga usada para reverter overdoses.
Segundo Obama, historicamente a dependência em drogas não foi vista como um problema de saúde, em parte, porque era tratada como algo que afetava “pobres e minorias”.
— Era vista como uma falha de caráter, que não era nosso problema. Mas da forma como vimos o cigarro como problema de saúde, as mortes no trânsito como problema de saúde, se tomarmos a mesma abordagem aqui, podemos fazer a diferença — disse Obama.
Fonte: O Globo