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“A preocupação maior deve ser o poder que o tráfico tem sobre as comunidades mais pobres. A quantidade de dinheiro que a droga faz girar dá aos barões do tráfico o poder de dominar, explorar e oprimir comunidades. Uma das piores facetas desse problema é que o tráfico paga aos jovens muito mais do que poderiam ganhar em atividades lícitas. É uma concorrência desleal com a vida honesta. Poucas coisas devem ser mais sofridas para uma família de bem em uma comunidade dominada do que ver os seus filhos serem cooptados pelo crime, sem que possam oferecer uma alternativa competitiva”.
Luís Roberto Barroso, ministro do Supremo Tribunal Federal (STF).
“Eu era parte de uma vergonhosa estatística do subúrbio. Certa vez, me disseram de maneira bem clara: ‘Se você for por esse caminho, Tom, não tem volta. É isso. É tudo o que você precisa saber’. Essa mensagem não saiu mais da minha cabeça. Tenho muita sorte de estar aqui. Eu teria vendido minha mãe por uma pedra de crack”.
Tom Hardy, ator protagonista de Mad Max: Estrada da fúria, sobre sua luta contra o vício em drogas e álcool.
“Eu realmente acho que a legalização das drogas em 25 anos seria um completo caos, desastre e escândalo atrás de escândalo”.
Noel Gallagher, músico britânico, ex-vocalista da banda Oasis.
“As drogas são um problema complexo, que não tem modelo único de abordagem nem solução simples. O ponto de partida para políticas mais humanas e eficientes é tratar o problema como uma questão de saúde pública. O usuário de drogas não é um criminoso a ser encarcerado. Nos casos de dependência, é uma pessoa que precisa de tratamento. No caso de drogas mais leves, como a maconha, formas de regulação similares às que já existem em relação ao álcool e ao tabaco são maneiras muito mais eficientes de reduzir o dano provocado pelas drogas”.
Fernando Henrique Cardoso, ex-presidente.
“Além de vender apartamentos, eu tinha também uma coleção de Moto-rádios – que eram dados ao melhor em campo. Era um troféu – mas eu precisava da droga. Você perde a noção total do que está fazendo. Você não tem equilíbrio. Passei a medalha da FIFA de tricampeão do mundo! Você não tem ideia nem do valor nem do que ela representou e representa: o importante para mim era a cocaína. A medalha era o de menos… . Eu não tinha controle emocional. Jamais eu teria de negociar e vender uma medalha tão preciosa! É uma perda enorme! Nunca comentei com ninguém, mas agora vou me abrir: passei à frente também uma miniatura em ouro da Taça Jules Rimet, que foi dada a cada jogador da seleção brasileira campeã do mundo de 1970 pelo governo de São Paulo. Comprei uma quantidade suficiente para usar por um bom período. A Jules Rimet foi embora também…Por que fui experimentar as drogas? Não sei como. Eu – que nunca fui drogado nem fui alcoólatra – fui experimentar essa maldita cocaína e esse maldito álcool. Não sei por quê! A quem tem filhos, a quem nunca experimentou, eu digo: não experimente! É duro, é duro, é duro”.
Paulo Cézar Lima, o Paulo Cézar Caju, ex-jogador da Seleção Brasileira campeã do mundo de 1970.
“O que acho importante falar sobre dependência química é em relação ao medo que as pessoas têm de abrir o assunto. Ficam pensando: “Ninguém pode saber”. E muita gente vive isso. Ficar tentando esconder é o caos. Para mim, é o que leva a pessoa a adoecer. As coisas têm que ser claras, mas a gente vive em uma sociedade em que não se pode ser claro. Acho que não tem mais sentido a gente tratar as questões do ser humano de uma forma estigmatizada. A gente discute todas as doenças. Se o cara é diabético, ele pode falar sobre isso, ou qualquer outro problema de saúde se pode falar sobre. A dependência química, o alcoolismo, é uma doença neurológica tratável. Mas existe um problema moral muito sério: a gente julga porque achamos que é uma opção”.
Fábio Assunção, ator e diretor
“Ao mesmo tempo em que a imprensa cria um certo pânico em torno do assunto, transmite certa sensação de inevitabilidade. Quando há uma matéria contando que o John Lennon fumou maconha no Palácio de Buckingham, é uma forma de propaganda da cannabis. Cria uma aceitação. Não estou defendendo a maconha. É ‘business’. No Colorado (EUA), o tamanho da indústria da maconha é gigantesco. Isso vai ser três vezes a indústria do tabaco”.
Jean Marcel Carvalho, historiador, autor do livro a “História da maconha no Brasil”, da editora Três Estrelas.
“Antes, eu era simplesmente um tipo que andava por Londres e as crianças eram pequenas, portanto o que tentava era não fazer diante deles. Já não faço. Por quê? A verdade é que não quero dar um mau exemplo para meus filhos e netos. Agora é uma questão de paternidade. Ao invés de fumar um baseado, agora tomo uma taça de vinho ou uma boa margarita. A última vez que fumei foi há muito tempo”.
Paul McCartney, músico
Fontes: O Globo, Estadão, Folha de São Paulo, G1, Revista TPM