Tempo de leitura: 3 minutos
Já mostramos neste artigo um estudo inédito feito a partir de exames de ressonância magnética que comparou o ‘vício na internet’ com o abuso de outras coisas, como drogas e álcool.
O debate chega, agora, às redes sociais, como Facebook e Instagram.
Recentemente, celebridades como Selena Gomez (foto) e Justin Bieber afirmaram que usariam menos as redes sociais.
No caso de Selena, a decisão veio no momento em que a jovem interrompeu sua carreira para cuidar da saúde, pois estava sofrendo de ansiedade e depressão, como efeitos colaterais do lúpus, doença autoimune sem cura onde o sistema imunológico passa a atacar seus próprios tecidos.
Mesmo com o afastamento, que durou 14 semanas, a cantora ainda assim é a pessoa mais seguida do mundo no Instagram, com 103 milhões de seguidores, além de ser dona da foto mais curtida, com 5,9 milhões de likes (curtidas).
Na mesma época, o cantor Justin Bieber, abandonou a rede social após discutir com Selena, sua ex-namorada. Durante um show, Bieber afirmou que não quer voltar ao Instagram e que a rede social “é coisa do demônio”.
Tanto Selena quanto Justin fazem parte de uma geração que cresceu com a internet e com as redes sociais. O cantor, inclusive, foi descoberto após ter um vídeo seu cantando divulgado no YouTube. Mas, até que ponto essa superexposição se torna um problema? Quando é realmente necessário tomar a decisão de sair da rede social? E esta decisão pode ser considerada drástica?
Em entrevista à revista Veja, a psicoterapeuta Aline Gomes disse que esta nova geração é, ao mesmo tempo, “criadora e cobaia desse novo estilo de vida” onde, ao “tirar fotos legais, em lugares legais, de comidas gostosas, as pessoas ganham muitos likes e ficam felizes. Por outro lado, quando há um acontecimento negativo, o alcance e a repercussão disso também é muito maior e isso pode gerar cobranças e uma superexposição desnecessária que traz prejuízos psicológicos para a pessoa”.
Segundo a psicoterapeuta, como tudo isso ainda é muito novo, e, portanto, vai demorar um tempo para que se descubra de fato todos os “efeitos colaterais” das redes sociais. No entanto, Aline acredita que não é preciso ser radical. Justin, de fato, não voltou à rede social após deletar seu perfil, que contava com mais de 77 milhões de seguidores. Selena retornou.
Para Aline, a cantora “mostrou aos jovens que o uso exagerado do Instagram também tem o lado ruim e que é possível, e inclusive pode ser benéfico, viver sem isso, mesmo que só por um tempo. Mas, como tudo na vida, o segredo é o equilíbrio”, afirma a psicoterapeuta.
Entretanto, encontrar este equilíbrio é que é o grande desafio, já que, atualmente, está muito difícil as pessoas se desconectarem. Mesmo durante as refeições e em encontros com a família ou os amigos não é raro vermos cada um mexendo no seu smartphone e vivendo em seu próprio mundo em vez de interagir pessoalmente ou aproveitar o momento. Conforme já mostramos aqui, a preocupação em desconectar é tanta que já tem até colônia de férias para quem exagera nos eletrônicos e que uma pesquisa mostrou que mais da metade das crianças reclamaram que os pais usam celular demais – o Brasil foi o país em que as crianças mais se queixaram.
Fonte: revista Veja