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Renato Russo morreu no dia 11 de outubro de 1996, vítima de complicações pulmonares e renais decorrentes da Aids. Aos 36 anos, desapareceu como um dos mais bem-sucedidos artistas da MPB, com 5 milhões de discos vendidos até então. Calava-se o artista rebelde que com versos e rock nomeou a sujeira e o vazio de sua época. Com a morte de Renato Russo, acabava a Legião Urbana, uma das duas bandas de rock mais importantes do Brasil, funcionando no imaginário nacional -ao lado do experimentalismo dos Mutantes – como os Beatles para o planeta.
Renato Russo foi mais do que um sobrevivente da explosão do rock nacional dos anos 80: Ele era alcoólatra desde a adolescência, a ponto de frequentar sessões dos Alcoólicos Anônimos e passar por períodos de abstinência quando chegava a repreender quem estivesse bebendo perto dele – mas ele mesmo sempre voltava ao copo.
Em sua última festa de aniversário, em março de 1996, ele serviu aos convidados apenas refrigerantes, mas escondia-se pela casa para sorver goles de bebida forte. Em uma entrevista ao jornal Folha de São Paulo de maio de 1984, Renato contou que aquela foi uma época em que ele “estava se destruindo”.
Mas tem mais: Renato Russo também teve experiências amargas com as drogas, inclusive, durante um mês, com a mais devastadora delas, a heroína. Na canção “A Montanha Mágica” (cujo trecho intitula este artigo), do álbum V, Renato aborda estas questões: “eu ficava deprimido e não sabia o porquê. Achava que o mundo era horrível, igualzinho ao Kurt Cobain, nada mais valia a pena. E isso é estranho porque, se eu achar um dia que as coisas não valham a pena, quero estar com a cabeça no lugar, e não com o corpo cheio de toxinas. Parei com todo tipo de droga e vi que as coisas não eram tão ruins”, conta ele.
Mas Renato conseguiu se livrar das drogas e, se não fosse a doença que ele tinha – epifisiólise, doença que afeta a extremidade dos ossos, deixando-os frágeis -, implacável naquela época, poderia, hoje em dia, ser um grande exemplo de força contra a dependência química.
No vídeo abaixo, ele fala um pouco sobre os problemas do adicto, citando, novamente, o exemplo de Kurt Cobain – e dele mesmo. Confira:
Fonte: Biografia de Renato Russo