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O efeito das drogas sobre a sexualidade sempre gerou curiosidade entre as pessoas. Sua influência positiva sobre o desejo, as fantasias e as práticas sexuais povoa o imaginário humano há séculos. A ação das drogas sobre o comportamento sexual é algo bem documentado pela literatura especializada: o consumo de álcool e de outras drogas aumenta a freqüência de parceiros sexuais casuais e a chance de uma prática sexual de risco, isto é, sem medidas de proteção, como a camisinha.
Usuários de álcool acreditam que a substância melhora o desempenho sexual. Usuários crônicos de opiáceos (heroína) relatam experiências opostas. Consumidores de estimulantes crêem no aumento da atividade e do desempenho sexual, além da potencialização da libido e das sensações de prazer. O ecstasy é denominado ‘a droga do amor’. A cocaína, tida como capaz de aumentar e retardar a chegada do orgasmo numa relação. Os estimulantes estão associados ao aumento da frequência sexual e da prática de sexo sem proteção. Por outro lado, usuários crônicos da substância apontam para a diminuição do interesse e do desempenho sexual.
O entendimento da relação entre drogas e sexualidade é um aspecto importante para o processo de tratamento: a piora do desempenho sexual após a abstinência pode ser um fator preponderante para a recaída. Além disso, a associação entre orgasmo e fissura pelos usuários pode fazer com que a prática sexual facilite o retorno ao consumo.
Recentemente, uma pesquisa da Universidade John Moores, de Liverpool, na Inglaterra, liderada pelo professor Mark Bellis, do Departamento de Saúde Pública, acrescentou mais um elemento nesta mistura de sexo e drogas: segundo o estudo, crianças insatisfeitas com a escola estão mais propensas a se envolver com bebidas, drogas e atividades sexuais.
O estudo avaliou mais de 3.500 jovens de 11 a 14 anos de idade, de 15 escolas do noroeste do país. Segundo Bellis, crianças com apenas 13 anos já apresentam comportamento de risco.
Durante a pesquisa, foram avaliadas opiniões dos jovens com sobre a vida escolar e em casa, com perguntas abrangendo satisfação com a aparência, relação com os pais e professores, envolvimento com regras, assertividade e remorso.
As conclusões mostraram que os jovens que não gostavam da escola tinham 2,5 vezes mais chances ter relações sexuais precoces. O risco de uso de álcool também era maior, segundo a pesquisa.
“Nossa pesquisa identifica que é provável que crianças que bebem e são sexualmente ativas estão infelizes com suas vidas na escola e em casa. Os riscos são doenças sexualmente transmissíveis, gravidez na adolescência e acidentes ligados ao abuso do álcool”, alertou Bellis.
Manipulando funções cerebrais, as drogas liberam hormônios no organismo de maneira desregulada. Lembre-se que o corpo sabe tocar muito bem o seu sistema reprodutor – e levar qualquer uma das drogas a seguir para debaixo dos lençóis pode desafinar sua vida sexual:
QUALQUER PÍLULA SEXUAL NATURAL
Todo mundo quer ser “orgânico” hoje em dia, mas essas pílulas – que garantem ter ingredientes naturais que vão impulsionar sua libido – nem sempre cumprem o que prometem. Muitas delas trazem altas doses de substâncias usadas por medicamentos sexuais mais populares no mercado, e que podem causar derrames cerebrais e até morte. O perigo é ainda maior para homens mais velhos que tomam remédio para pressão alta. Os jovens que e gostam de tomar um comprimido pra dar fôlego extra ao pequeno soldado também correm sérios riscos.
ECSTASY
No geral, a fama desta droga sexual tem origem nos seus efeitos, que tornam o indivíduo supersensitivo. A sensação de cada toque, beijo, ou abraço é incrivelmente ampliada. O que as pessoas não percebem é que não é muito difícil entrar em overdose com ela. O ecstasy te fornece uma quantidade anormal de energia, fazendo com que você exija mais do seu corpo do que ele pode aguentar. Como a droga libera todas as suas endorfinas (hormônios responsáveis pelo prazer) de uma vez só, você não se dá conta de imediato do que ela é capaz de fazer. A substância eleva a sua temperatura corporal e te deixa completamente desidratado, o que eventualmente gera problemas irreversíveis, como a falência dos rins. Sem todas aquelas endorfinas liberadas no seu sistema, sua mente é afetada por longos períodos de depressão.
COCAÍNA
Drogas que alteram a mente não possuem lado positivo, nem mesmo durante o sexo. Apesar de ser amplamente considerada um afrodisíaco, a cocaína na verdade compromete as funções sexuais em usuários crônicos. A “loucura” que você sente quando cheira acontece porque ela bloqueia certas mensagens químicas enviadas pelos neurotransmissores do cérebro. O acúmulo excessivo dessas substâncias é que te deixa ligadão. Isso acelera o seu coração, destrói vasos sanguíneos cerebrais, priva certas parte do corpo de oxigênio e destrói seus pulmões. Vale lembrar que, dopadas, algumas pessoas são mais suscetíveis a riscos durante o sexo do que outras: casos de indivíduos que caem mortos depois de usá-la para transar pela primeira vez não são incomuns.
HEROÍNA
Esta droga altamente viciante é classificada como um opiáceo. Originalmente criada para tratar viciados em morfina, logo a heroína mostrou que também tinha propriedades que causavam dependência. Esta droga melhora o sexo para qualquer usuário. Alguns já descreveram que a sensação é de andar por aí tendo orgasmos perpétuos que começam no centro da barriga. Viciados em heroína começam a se sentir como se precisassem de heroína para ter uma vida normal, inclusive sexo. Como o corpo vai se acostumando com as dosagens, ele exige cada vez mais para recriar o entorpecimento; nesses casos, a overdose é bem comum.
Fonte: Revista Galileu & Área H