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Quem nos acompanha sabe que se refugiar na bebida era a alternativa viável para o pessoal da terceira idade. Mas houve uma mudança e o crack passou a fazer parte da história de vida dessa parcela da população.
E este aumento no consumo de drogas preocupa os profissionais da área. Como no Brasil não existem estatísticas sobre dependência química entre idosos, algumas publicações descrevem o problema como “complexo, incompreendido e multifatorial” alertando, ainda, para a “invisibilidade dos problemas e os índices subestimados e mal identificados”.
Na Cidade de Jundiaí, a 57 quilômetros da capital paulista, o Centro de Atenção Psicossocial (CAPs) – Álcool e Drogas presta, atualmente, atendimento e acompanhamento regular para 59 pacientes com mais de 60 anos, segundo a Unidade de Gestão de Promoção da Saúde daquela cidade.
Ligada à igreja católica, a pastoral da sobriedade do mesmo município recebe mais de 200 idosos em suas reuniões semanais, boa parte acima dos 60 anos. Para a coordenadora Maria Inês Resende, a maioria não está preparada para enfrentar a aposentadoria e procuram na bebida ou nas drogas um refúgio.
Uma das coordenadoras do CAPs Álcool e Drogas de Jundiaí, a psicóloga Flávia Rangel do Nascimento, confirma que as pessoas desta faixa etária apresentam um consumo progressivo, apesar de ser difícil alguém se tornar consumidor aos 60 anos. Mas como é nesta faixa que as coisas começam a ficarem complicadas, como problemas de saúde, insucessos, desilusões, solidões e baixa autoestima, o idoso acaba ficando “mais debilitado, principalmente aqueles que têm outras comorbidades, comunes nesta idade”, ressalta Flávia.
Fonte: Jornal de Jundiaí